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terça-feira, 14 de junho de 2011

A viga do meu olho

"Por que você repara no cisco que está no olho do seu irmão e não se dá conta da viga que está em seu próprio olho?
Como você pode dizer ao seu irmão: ‘Irmão, deixe-me tirar o cisco do seu olho’, se você mesmo não consegue ver a viga que está em seu próprio olho? Hipócrita, tire primeiro a viga do seu olho, e então você verá claramente para tirar o cisco do olho do seu irmão"
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Lucas 6:41-42

Passei por uma fase bastante complicada há alguns meses. Pessoas mentiram, fingiram ser o que não são. Fui traída, ignorada por aqueles que pregavam ser seres repletos de amor e compaixão, mas que na prática apontavam, julgavam e condenavam.
Levantei-me muitas vezes e joguei pedras ao perceber que estava sendo julgada e apedrejada.

Ao sair da posição de vítima e me colocar diante da infinita Graça, percebi que as pessoas julgam e apedrejam como forma de tentar matar aquela situação em si (como eu mesma fiz).
Ao ver o outro sofrer, podemos sentir que as nossas faltas são justificadas e, então, escondemos os nossos defeitos por baixo da máscara da pessoa perfeita, por medo de sermos descobertos e julgados da mesma forma que julgamos. Essa sensação pode, ainda, se somar a uma espécia de recompensa, uma vez que o sofrimento do outro justifica o nosso sacrifício e a nossa dor ao tentarmos agir dentro das regras que achamos corretas.
O problema está em não tentarmos nos colocar no lugar do outro. Apesar de nunca conseguirmos fazer isso com plenitude, uma vez que cada ser está inserido em um contexto complexo de situações, ambientes e outras pessoas com suas próprias complexidades, vale a pena tentarmos ter consciência de que a dor do outro pode ser maior ou diferente da nossa, o que pode levar a reações ou opções completamente estranhas a nossa realidade.

Claro que esse olhar não tira o conceito de certo e errado, de bom e mau, já que esses conceitos nos permitem viver em sociedade de forma pacífica,  mas nos permite descobrir um mundo muito maior de sentimentos, situações e sensações que são inerentes ao ser humano.

Eu não sou perfeita e não conheço nenhum ser humano perfeito.

Por isso, trato de tirar a trave do meu olho, a qual impede que eu veja o quanto os outros são bons apesar dos seus defeitos e do meu sofrimento, o que me pertite perceber que a cada trave que é retirada, percebo que existe outra que ainda precisa ser removida.

Dica: 
Está vendo muito defeito por aí?
Olhe-se com mais amor.

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