Páginas

domingo, 25 de março de 2012

Crianças

Desde sempre amei crianças.
Claro, quando era uma era natural que ficasse no meio delas. Eu era uma criança meio estranha: usava botas ortopédicas, era hipersensível, chorona, briguenta com quem se esforçava para me irritar, mais alta que as outras crianças da minha idade. Por outro lado, nunca tive dificuldade de fazer amizades.
À medida que crescia, continuava por preferir brincar com as crianças que ficar entre os adolescentes bobos com papos idiotas ou falando mal dos outros.
Já nessa época, as crianças sempre riam para mim mesmo sem eu querer chamar a atenção. Resultado, acabava fazendo amizade com as crianças em qualquer local o público.
Esse fenômeno continua. Mesmo nos dias que estou de mau humor, não quero falar com ninguém, TPM gritando, noite mal dormida, fome, calor, de repente vejo uma criança no colo da mãe dando uma risadinha para mim e me derreto. Pronto, meu dia mudou.
Sempre achei isso tudo tosco. Como um adulto pode preferir ficar entre as crianças que entre outros adultos?
Hoje, meu primo me chamou de "Kelly - a estranha" (referência à Kerry) porque sempre viro a tia da recreação nas festas. Fiquei pasma com o apelido e decidi que me esforçaria para ficar no meio dos adultos, no meu devido lugar.
Consegui até as crianças começarem a chegar. Tentei me controlar, mas ao ver que algumas estavam envergonhadas, não consegui me conter. Peguei na mão delas e levei até a mesa de salgadinhos para que elas se servissem de algo. E foi assim que voltei a ser a tia Kelly.

Se isso não bastasse, passei a ouvir comentários:
- Nossa, essa menininha é filha da Kelly?
- O outro responde: Não, é filha de fulano.
- Mas parece filha dela, né?
- É! Ela brinca com carinho.

Depois, um bebê começa a gritar chamando a minha atenção, pois queria o meu colo. O pai solteiro fica feliz, já que poderia se dedicar ao jogo. Eu saio com a criança do cômodo e a levo para o quarto onde as outras crianças brincam. Um tempo depois, chega o pai, todo fofo para o meu lado, com brincadeirinhas e tal. Sim, todos perceberam o interesse.

Poxa! Eu não brinco com crianças para bancar a babá. Eu curto mesmo, o quê eu posso fazer?
Então, descubro que a "boa mãe" é mais uma característica que os homens procuram nas mulheres.
Ainda não sei se essa descoberta é boa ou ruim. Espero que não reprima minha diversão, pois foi o que aconteceu hoje. :-(

Nenhum comentário:

Postar um comentário